segunda-feira, 26 de julho de 2010

ESTADO DA MOTRICIDADE:


A motricidade humana deriva-se da motricidade dos seres mais primitivos e corresponde a necessidade do organismo promover a satisfação de suas necessidades. Todo movimento humano objetiva a satisfação de uma nescessidade consciente ou inconsciente.

PATOLOGIAS DA MOTRICIDADE:

Os sintomas que revelam alterações patológicas elementares da psicomotricidade podem ser divididos em quatro grupos:

  1. Alterações do impulso volitivo
  2. Alterações inespecíficas da motricidade
  3. Alterações da motórica de execução
  4. alteração da motórica de expressão

PATOLOGIA DO IMPULSO VOLITIVO

O radical bulia refere-se ao impulso volitivo

Hipobulia - Enfraquecimento patológico do impulso. Manifesta-se na dificuldade do exercício da atividade volitiva, principalmente em transformar as decisões em ações

( ) Abulia - Estágio mais acentuado da hipobulia - é a abolição da vontade - completa incapacidade do paciente de agir de modo próprio


Hiperbulia - Exaltação patológica do impulso volitivo

ATENÇÃO! O aumento da força de vontade não deve ser considerado como patológico. A hiperbulia como fenômeno psicopatológico é assim considerada quando um esforço voluntário é exercitado de modo inadequado ou socialmente danoso



ALTERAÇÕES INESPECÍFICAS DA MOTRICIDADE:

Utiliza-se a expressão cinesia para designar os movimentos em geral. Incluem-se aqui as alterações mais primitivas da motricidade referidas no exame neurológico e as alterações das condutas instintivas

Hipercinesia - excitação ou agitação psicomotora - Exaltação patológica da motricidade voluntária voluntária e involuntária

GRAUS DE INTENSIDADE:
( ) Inquietação ou inquietude - predomina o desassossego, a movimentação incontida mais ainda controlada
( ) Agitação - caracteriza-se por movimentação intensa e incontrolada, sempre mais ou menos desordenada e que pode ter duração muito variável
( ) Furor - é o grau de maior intensidade dos quadros de hipercinesia

  • Crise ou acesso - ocorre como fenômeno episódico de curta duração - Observação: não confundir com hiperpraxia - ou hiperatividade - que se refere a exagero da motórica voluntária de execução ou de expansão e está sempre intimamente vinculado à realidade
  • Estado de inquietude, agitação ou furor - quando ocorre como manifestação mais duradoura
  • Taquicinesia e taquipraxia - formas menores de inquietação sem que estejam presentes outros sintomas indicadores de exaltação da atividade psíquica
  • Instabilidade psicomotora - nos casos de síndrome hipercinética - assim é chamada a hipercinesia - nesta condição , está comumente associada a outros sintomas como distraibilidade, dispraxia, ataxia

Hipocinesia - Também chamada bradicinesia ou inibição psicomotora - designa a diminuição acentuada e generalizada dos movimentos




Hipropraxia - Diminuição patológica dos movimentos voluntários





Bradispraxia - Lentificação anômala da motórica intencional





Acinesia - Abolição generalizada dos movimentos - também pode ser chamada de estupor




PATOLOGIA DA MOTÓRICA DE EXPANSÃO E DE CONSTRUÇÃO:


Parapraxia - Corresponde à execução de um outro ato no lugar daquele que se pretende - A dimensão práxica do ato falho




OBSERVAÇÃO:
  1. Não confundir parapraxia com paracinesia - não são palavras sinônimas. As paracinesias, incluindo as alocinesias (executar um movimento com o membro, quando se pretendia fazê-lo com o oposto) se refere a atos automáticos e são, como apraxias, alterações tipicamente neurológicas.
  2. Não confundir apragmatismo com apraxia (mesma etmologia), a primeira tem significação semântica mais extensa e se refere a dificuldade ou incapacidade da pessoa assumir os valores socialmente aceitos e se refere à .

Inibição ou recaucamento da conduta - Distingue-se da hipobulia e da bradicinesia porque o paciente exerce um esforço exagerado de controle sobre sua motórica ou sente como se este controle estivesse sendo exercido de fora sobre ele.



Desinibição ou libertação da conduta - deficiência da capacidade de controlar e/ou modular as ações e gestos, resultando uma conduta inadequada e inábil.




Interceptação motora - Assemelha-se à inibição motora. O paciente vem apresentando sua motricidade normal e, em um momento, sente como se algo o impedisse de continuar a agir. está relacionado com o sintoma de bloqueio ou interceptação do pensamento.


Impulsão - Resulta nos atos impulsivos - consiste essencialmente no ato praticado sem reflexão. Nos atos irrefletidos a conduta resulta da decisão e ação súbita e incoercível - não são precedidos da deliberação que antecede o ato voluntário e escapam à possibilidade de controle voluntário. São, frequentemente, atos desprovidos de finalidade consciente ou manifesta. Os atos impulsivos podem se manifestar de forma episódica ou sistemática.

Resultam em:
  • Agressões
  • Quebra de objetos
  • Condutas suicidas
  • Furtos desnecessários - cleptomania
  • Impulsos irresistíveis para se embriagar - dipsomania
  • Fugas - dronomania
  • Atear fogo
  • Outros

Compulsão - Como manifestação psicopatológica, a compulsão é o oposto da inibição motora. O paciente executa certos atos involuntáriamente ou sente-se compelido a executá-los, embora reconheça a compulsão como fenômeno originado em sua própria personalidade.


ATOS COMPULSIVOS:

  • Simples:
( ) Acatisia - impossibilidade de permanecer sentado

( ) Abasia - impossibilidade de manter-se de pé

( ) Ananastasia - impossibilidade de levantar-se

  • Complexos:
( ) Rituais compulsivos - Ex: andar 5 passos para frente, dois para trás, abaixar-se e tocar o chão com a mão direita


Automatismos - São movimentos simples ou bastante complicados, de duração muito variável, realizados pelo paciente de forma automática, involuntária e sem que deles se recorde após tê-los executado.



Perseveração motora - Quando o paciente manifesta a tendência a repetir continuamente um ato depois de executá-lo adequadamente. É a dimensaõ motora da perseveração afetiva e ideativa.



Ambitendência - Correspondente volitiva da ambivalência afetiva e da discordância do pensamento - A motórica do paciente resulta dificultada pelo fato de coexistirem impulsos volitivos opostos.

ATENÇÃO!

  • Condição normal: Ocorre sempre que dois motivos opostos se evidenciam ou quando se estabelece um conflito significativo com relação à eleição dos meios para agir.

  • Manifestações patológicas: Ocorre em neuroses (sempre de forma atípica, sendo mais expressão de apatia ou abulia) - é típica da esquizofrenia catatônica.

Astenia - Cansaço patológico, fatigabilidade fácil, indolência mórbida.





Volubilidade motora - É o sintoma oposto à perseveração. As apraxias resultam discordantes pela inconstância de sua motivação. A todo momento o paciente muda o impulso volitivo que embasa a ação - caracteriza a falta de tenacidade da vontade.



Puerilidade motórica - Quando o paciente apresenta uma postura de base ou movimentos corporais infantis ou dando uma impressão de jovialidade postiça.




Trejeitos - Quando o paciente adota uma atitude corporal ou movimentos ridículos, desgraciosos ou simiescos sem que haja qualquer justificativa orgânica.




Sintomas catatônicos - Assim chamados porque compõem a base da sindrome catatônica da esquizofrenia:

  • Negativismo - Tendência manifesta pelo paciente a ignorar ou reagir contra toda solitação que lhe dirija ou espere dele:
( ) Negativismo ativo - quando o paciente faz exatamente o oposto do que lhe pede
( ) Negativismo passivo - quando fica indiferente a toda ordem, pedido ou sugestão
( ) Estupor negativista - quando o negativismo passivo assume proporções extremas


Sugestbilidade volitiva - É sintoma oposto ao negativismo. O paciente apresenta grande dificuldade ou impossibilidade de deixar de atender a qualquer solicitação vinda do exterior.



Formas:

  1. Flexibilidade cérea -revala-se na extrema plasticidade da musculatura do paciente à movimentação passiva.
  2. Catalepsia - manutenção prolongada de atitudes - aqui ocorre frequentemente uma dissociação entre a motórica automática e a voluntária - incapacitado de mover-se voluntariamente, o paciente conserva a capacidade de manter-se em equilíbrio
  3. Atos em eco:
  • Ecopraxia - tendência a repetir os gestos e movimentos intencionais do interlocutor:
Observação: A ecopraxia é a dimensão práxica da ecomimia e da ecolalia.

( ) Obediência automática - total incapacidade do paciente desobedecer a qualquer ordem ou sugestão que lhe seja dirigida.

( ) Extereotipias motoras e de atitudes - consiste na repetição muito frequente e imotivada de movimentos, atos ou atitudes posturais - tais interações constantes e imotivadas podem ocorrer na linguagem oral e são denominadas estereotipias verbais ou verbigeração - as estereotipias motoras podem constar de um único gesto, denominadas então de monotipias.

( ) Maneirismos - atitudes e movimentos afetados e extravagantes.



( ) Maneirismos - atitudes e movimentos afetados e extravagantes.



A EXPRESSÃO E A LINGUAGEM:


Patologia da mímica:

Alterações mórbidas da mímica que tem interesse psiquiátrico. A importância semiológica da mímica reside no fato de que a atitude e movimentos da face refletem as alterações psíquicas transitórias ou prolongadas.


Paramímia - Refere-se à discordância entre a expressão facial e a linguagem, em relação ao estado afetivo do paciente.




Automatismos mímicos - Movimentos faciais epléticos que ocorrem nas convulsões localizadas - movimentos oculogíricos, crises mastigatórias -, e psicoses.




Tiques - Movimentos involuntários, bruscos, súbitos e rápidos que se repetem sempre da mesma forma, atingindo a um músculo ou a um grupo de músculos com ligação funcional, caracterizando-se como a automatização de movimentos úteis, de expressão ou de defesa. Podem ocorrer em todos os grupos musculares do corpo, embora sejam mais comuns na face. Pode a ser a muito custo, contidos por algum tempo por quem os apresenta. Tem orígem psicógena. Distingue-se dos automatismos por serem conscientes.

Mímica compulsiva - A compulsão mímica é a dimensão, na expressão facial, do ato compulsivo. O paciente se sente obrigado, ou não pode deixar de executar, sem grande esforço, determinados movimentos faciais. Pode ser simples, como piscar uma pápebra ou muito mais complexo, compondo o ritual compulsivo.


Ecomimia - Repetição, como em um espelho, das modificações fisionômicas do interlocutor. É o equivalente facial da ecopraxia e da ecolalia - portanto um sintoma catatônico.



Mímica pueril - A puerilidade mímica é a expressão fisionômica infantil em pacientes adultos.




Maneirismos mímicos - O paciente força uma expressão fisonômica afetada e extravagante.




Neomímia - Representa na mímica o mesmo que o neologismo na linguagem. O paciente assume atitudes e executa movimentos fisionômicos em desacordo com o consenso social de significado daquela expressão.



Patomímia - Alterações intencionalmente forçadas da mímica, pretendendo apresentar doença mental, executada para simular enfermidade.




Hipermimia - Consiste no exagero da aplitude dos movimentos fisionômicos - exaltação patológica da mímica.




Taquimimia - Movimentação excessivamente alterada e rápida dos traços da fisionomia - exaltação patológica da mímica.





Hipomimia - Progressivo apagamento da motórica facial intencional - diminuição patológica em amplitude e velocidade da mímica.




Amimia - Abolição ou apagamento da mímica.





PATOLOGIA DA LINGUAGEM FALADA:

Ponto culminante dos processos psíquicos. A linguagem é o ponto mais elevado da consciência humana e, ao mesmo tempo, uma de suas premissas mais importantes. Todo o pensamento tem uma imagem verbal que lhe é correspondente. Não existe e nem pode existir pensamento sem palavras. A palavra é premissa e resultado da conduta inteligente. O fato de os pensamentos (e não as representações, em seu significado mais amplo) serem necesáriamente formados por palavras, dificulta a delimitação entre a patologia da linguagem e a do pensamento.

As patologias da linguagem arroladas neste teste estarão preocupando-se mais da forma do que o conteúdo. Desde já foi assinalado, cuidou-seno exame das patologias de pensamento.



Alterações da linguagem falada devidas a causas predominentemente orgânicas:

Disartria - Dificuldade de articular as palavras, em razão de paresia, paralisia ou ataxia dos músculos da fonação. É mais evidente nas consoantes e dentais.




Anartria - Estágio final da disartria - consiste na impossibilidade completa de articular as palavras.




Observação!
Na investigação da disartria podem ser utilizadas palavras de prova, nas quais as consoantes labiais e dentais sejam bem marcadas. Pede-se ao paciente que repita frases como: "tambor molhado, terceiro batalhão de artilharia".


Disfasia - Pertubações da linguagem causadas por lesões centrais que determinam a dificultação ou perda da capacidade de compreender o significado das palavras e/ou a incapacidade de se utilizar dos símbolos verbais.



Afasia - É o ponto mais intenso da disfasia. Incapacidade total de compreender e/ou utilizar os símbolos verbais.




Classificação histórica da afasia:

  • Afasia sensorial - afasia nominal ou afasia de Wernecke - é uma afasia de compreensão; de entender os símbolos verbais, sejam falados, sejam escritos. A rigor, trata-se de uma agnosia nominal, uma assimbolia. O paciente não é capaz de produzir uma linguagem inteligível porque não pode compreender os significados dos signos verbais. Pode articular e emitir as palavras, mas a fala resulta incompreensível.

  • Afasia motora pura - O doente não fala porque perdeu o controle sobre o mecanismo cerebral responsável pela linguagem oral. A rigor é uma anartria, um déficit meramente motor. A anartria apresenta um único sintoma: o doente não pode se expressar pela palavra falada. Pode entender o que se lhe fala, pode ler e escrever; perdeu o controle da musculatura da fonação.
NOTA: Talvez não se devesse capitular este sintoma como afasia, senão pelo costume de fazê-lo.

  • Afasia mista ou afasia de broca - Quando todas as modalidades de linguagem são afetadas; o paciente não é capaz de articular ou compreender as palavras, não pode ler ou e escrever. Reúne em um único quadro a anartria e a afasia nominal; traduz uma patologia ao mesmo tempo de compreensão e de expressão.

Disfonia - Defeito da fala que resulta em alteração da sonoridade das palavras, causado por pertubação do aparelho fonador ou por defeito da respiração durante a fala.



Nota:
Aqui a causa não é central como as disfasias. As disfonias têm origem em uma alteração extracerebral que interfere no trânsito aéreo deformando a harmonia sonora dos vocábulos. Defeitos ou afecções da cordoalha e respiração imperfeita são causas usuais da disfonia.


Formas das disfonias:
  1. Afonia - Incapacidade de emitir sons vocais determinada por alteração transitória ou permanente das cordas vocais.
  2. Barifonia - Os fonemas resultam mais graves, a voz soa cavernosa.
  3. Gutofonia - Distorção da sonoridade da voz que soa desagradável, gutural, produzida pela garganta.
  4. Hipofonia - Defeito sonoro da linguagem oral que se exterioriza como um cochicho, voz sussurrada.
  5. Idiofonia -A voz soa com timbre infantil
  6. Megafonia - Elevação exagerada e involuntária da voz; voz agitada.
  7. Metalofonia - Timbre metálico.
  8. Microfonia - Intensidade anormalmente pequena da voz.
  9. Parafonia - Quando a linguagem está contaminada por sons parasitas.
  10. Pneumofonia - A voz soa entrecortada, suspirada.
  11. Rinofonia - Voz nasalada.
  12. Tanifonia - Voz aguda, eunucóide.
  13. Tromofonia - Voz trêmula.

Nota importante!

É possivel que certas disfonias possam ser produzidas por estados emocionais ou condições psicógenas. Neste grupo estão as modificações de sonoridade da voz dos estados de angústia e dos estados depressivos (voz embargada, nasalada); outras modificações psicogênicas da sonoridade da voz podem ocorrer nos grandes estados emocionais de susto, de medo, de surpresa (voz bitonal, voz de falsete).


Dislalia - A linguagem resulta defeituosa sem que haja lesão central que a justifique, podendo haver ou não lesão periférica demonstrável. A dislalia é dita orgânica quando resulta de lesão periférica (má formação ou inervação defeituosa da língua, do palato ou qualquer órgão da fonação). Quando não se pode demonstrar qualquer lesão, a dislalia é denominada funcional. As dislalias funcionais são na maior parte de orígem psicógena, resultantes de pertubação do funcionamento psíquico ou adquiridas por imitação:


Nota:
As dislalias estão situadas conceitualmente entre as perturbações orgânicas e as psíquicas da linguagem oral.

Formas de dislalias:
  • Alalia - Ausência da fala devido à paralisia ou defeito dos órgãos vocais, surdez, doença do aparelho fonador, disfunção fisiológica ou retardamento do discurso.
  • Bradilalia - É um grau menor de alalia representada por lentificação patológica da fala.
  • Agitolalia ou taquilalia - Fala muito rápida, ressultado da omissão ou deformação dos fonemas.
  • Barbaralalia - A fala resulta como a de um estrangeiro falando com sotaque carregado; equivocando-se na acentuação, no uso inabiatual de certas inflexões e na acentuação equivocadadas sílabas.
  • Idiolalia - Linguagem prejudicada pelo uso inadequado das palavras por desconhecimento de seus significados; linguagem infantil dos deficientes.
  • Paralalia - Dificuldade ou incapacidade para pronunciar certos fonemas. Denomina-se blesidade à substituição de uma consoante branda por outra forte: T por D, S por Z; Sigmaticismo, dificuldade de pronunciar o fonema S; rotacismo, dificuldade de pronunciar o fonema R; gamaticismo, dificuldade ou impossibilidade de pronunciar os fonemas G, C e Q e sua substituição por T; Lambdacismo, dificuldade de pronunciar o fonema L.
  • Uraniscolalia - Linguagem dificuldada ou perturbada pela presença de goela de lobo ou lábio liporino.
Perturbações da linguagem falada devidas a causas predominantementes psíquicas:

Disfemia - Alteração da linguagem falada, sem lesão ou disfunção orgânica demonstrável ou doença mental manifesta, determinadas por causas pisicógenas. A emissão imperfeita dos fonemas ou a perturbação do rítmo da linguagem resultam do estado emocional do paciente.


Formas de disfemias:

  1. Afemia - O paciente conserva íntegra a capacidade de falar, contudo não pode pronunciar as palavras em razão do seu estado emocional.
  2. Espasmofemia - Também chamada tardamudez, gagueira ou disritimia da fala; a linguagem resulta hesitante, espasmódica com a repetição intermitente de um fonema parasita.
  3. Parafemia - Fala balbuciada, trôpega, na qual são trocadas equivocadamente sílabas e palavras em razão do estado emocional do paciente.
  4. Taquifemia - Rapidez e volubilidade da linguagem oral determinadas por estados pisicógenos.

Mutismo - Reúne os significados da afemia e alalia, também pode ser chamada por alogia. É a incapacidade de falar em razão de um estado afetivo ou de outra perturbação psíquica, sem que haja disfunção dos órgãos da fala.


Nota: Mutismo não é mudez. A mudez tem sempre causa orgânica (afasia, anartria, audio-mudez, surdo-mudez). O mutismo ocorre como alteração do estado psíquico, sem lesão ou disfunção orgânica.


Logorréia - Fluxo incessante e incoercível de palavras. Quando se compromete significativamente a coesão logica da produção verbal, denomina-se fuga de idéias. Pode traduzir taquilalia ou taquifrenia. Ocorre fuga de idéias sempre que a velocidade do fluxo do pensamento (taquipsiquismo) ultrapassa as possibilidades de expressão verbal.

Mussitação - Voz murmurada em tom baixo, monocórdico, monótono e de significado quase sempre repetitivo, no qual o paciente mal movimenta os lábios.



Ecolalia - Repetição automática das palavras do interlocutor. Corresponde na linguagem falada à ecopraxia e ecomimia que são expressões de sugestibilidade volitiva. Com os demais atos em eco, é o sintoma catatônico.



Verbigeração - Repetição interativa de sílabas, palavras ou frases, de forma monótona e inadequada - também é um sintoma catatônico e pode ser chamada de esterotipia verbal.



Automatismo verbal - Emissão de sons, palvras ou frases, sem a interferência da vontade e com amnésia lacunar posterior.




Perseveração verbal - Tendência a repetir imotivadamente um fonema, palavra ou frase após tê-lo pronunciado adequadamente no discurso.




Lapso verbal - Emissão de outra palavra no lugar daquela que se pretendia pronunciar - ocorre em presença de humor eutímico e consciência lúcida, o que o distingue da parafrenia (por alteraação afetiva) e as disfasias epiléticas.



Coprolalia - Uso habitual de uma linguagem de forma obscena e grosseira. Pode acontecer em pessoas normais sobretudo em indivíduos marginalizados, tímidos buscando compreensão ou adolescentes carentes de afirmação e ansiosos por independência.


Neologismo - Formação de uma palavra nova, utilizada no lugar da normalmente empregada com aquele significado. Traduz na linguagem um distúrbio da capacidade conceitual: fusão ou dissolução do conceito.



Nota:
Chama-se de paralogismo quando existe uma relação próxima entre a locução utilizada e o significado pretendido.


Parafrasia ou parafasia - Consiste em inserir em uma frase bem construida, uma ou mais palavras sem significado harmônico com as demais.




Parapragmatismo - Utilizaçãodas palavras com sua forma e significados corretos sem que, contudo, formem sentido entre si. A frase resulta incompreensível, absusrda. Exterioriza o fenômeno esquizofrênico do prejuizo da capacidade de estabelecer relações conceituais.


Jargonofasia - O discurso se constitui de palavras articuladas corretamente, mas que não se combinam de forma lógica e estão misturadas com palavras neoformadas, resultando incompreensível. Revela incapacidade de elaborar os conceitos e de relacioná-los. Também pode ser denominada de salada de palavras, esquizofasia, esquizofrasia, grossolalia, acatafasia.

Pararrespostas - Quando o paciente responde a uma indagação com algo que não tem nada a ver com aquilo que lhe foi perguntado.


Logoclonia - Repetição mais ou menos constante de um som ou de uma sílaba durante a fala.




Alterações da linguagem escrita:

Disgrafia - Perturbação patológica da capacidade de escrever. Quando a disgrafia está de tal forma acentuada que há impossibilidade de escrever, denomina-se agrafia.


Observação:
  1. Algumas formas de disgrafia são resultantes de dislexia ou alexia - formas particulares de agnosias.
  2. A escrita em espelho é uma forma de disgrafia na qual o paciente escreve as letras e as palavras invertidas.
Graforréia - Quando o paciente escreve incessantemente, deixando palavras incompletas, sentenças sem sentido. É a dimensão gráfica da hiperpraxia (hiperatividade) e do taquipsiquismo. Corresponde na escrita à fuga de idéias da linguagem falada.

Jargonografia - è equivalente na linguagem escrita à jargonofasia. Consiste no uso de palavras grafadas corretamente, mas sem que o texto resulte compreensível por falta de articulação lógica do pensamento.


Tromografia - Escrita trêmula. Pode ser tão intensa que a escrita resulta ilegível.




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